Isto é TRAIÇÃO á Pátria! ANOS DE NEGRUME !
É assustador - FAÇAM CHEGAR AS MÃOS DE SUAS EXCIAS
Todos têm a obrigação de ler; é assustador
Zé Dirceu conta como vai ser<http://vespeiro.com/2010/09/15/ze-dirceu-conta-como-vai-ser/>
O Brasil teve, esta semana, uma oportunidade rara de ouvir de um petista que
representa toda uma corrente dentro do partido – a mais radical – o que ele
realmente está pensando por baixo da proverbial pele de cordeiro. O companheiro Zé Dirceu teve uma conversa esclarecedora, na noite de
segunda-feira passada, com o pessoal do Comitê dos Petroleiros lá em
Salvador. O soviet do petróleo, como se sabe, representa o núcleo duro das
forças estatizantes no Brasil. Como não sabia que tinha gente da imprensa
ouvindo (um repórter de A Tarde, da Bahia), Dirceu disse o que realmente
está pensando.
E sua abalizada análise foi nada menos que perfeita. Com a Dilma, sim, é que começa a Era PT; “ela é a expressão do projeto
político” (do PT), coisa que ou não é ou não pôde ser dadas as
circunstancias da sua eleição um Lula que “é duas vezes maior que o PT”.
Assim, insistiu, “A eleição da Dilma é mais importante que a do Lula porque
é a eleição do projeto político”.
Indiscutível! Minha opinião pessoal é que o Lula é um escravo do fascínio que tem pelo
poder absolutamente focado em si mesmo. Não é nem nunca foi movido a
ideologia. Basta-lhe o carisma. Aquilo que nele parece, às vezes, ideologia
ou ódio de classe é apenas despeito ou, in extremis, rancor. Algo que diz
respeito à sua historia pessoal e não a muito mais do que isto. O PT
ideológico tolerou esse Lula ultra-pragmático porque precisava dele para
chegar ao poder. E Lula agüenta o PT ideológico que volta e meia irrita-o a
ponto dele não conseguir disfarçá-lo porque precisava de um partido para
colocá-lo “lá”.
E é isto que me faz ter certeza de que, apesar dos pesares, ainda teremos
saudades dele. Saudades estas que, lastimavelmente, tudo indica que ainda
teremos oportunidade de matar…
Mas voltemos ao briefing de Dirceu aos petroleiros.
“Se queremos aprofundar as mudanças temos de cuidar do partido e temos de
cuidar dos movimentos sociais, da organização popular”. E, mais adiante, “a
legenda tem a missão de se transformar na preferida de um terço dos
brasileiros”.
O cruzamento dessas duas afirmações define um plano de vôo. Dirceu concorda
com André Singer no seu memorável estudo (aqui
<http://vespeiro.com/2010/02/27/lulismo-x-petismo-a-luta-do-seculo/> ) das
trajetórias divergentes de Lula (nos braços do povo) e do PT (ainda
repudiado por ele). O que Jose Dirceu está dizendo é que a votação que as
pesquisas prometem para Dilma reflete a avaliação que o povão faz de Lula e
não a que faz de Dilma ou do PT e seu programa. O partido ainda terá de
trabalhar duro se quiser se transformar na legenda preferida de meros 30%
dos brasileiros. Pelos canais democráticos normais, portanto, não será
possível “aprofundar as mudanças”. Isso só poderá ser conseguido com
rupturas da ordem impostas ao pais pelos “movimentos sociais” (tipo MST,
sindicatos e Cia. Ltda.).
“Quando nós pusemos o Alencar como vice do Lula (e, poder-se-ia acrescentar,
assinamos a Carta aos Brasileiros nos comprometendo a manter o que Alencar
representa), ganhamos a eleição. (Assim) como nós ganhamos esta eleição
quando o PMDB não ficou com o PSDB. Aquele movimento anti-Renan Calheiros,
anti-Sarney … Vocês não vão acreditar que eles são éticos, né?”Fica implícito que o PT é que não é…
“…o PMDB já começa a apresentar propostas e com algumas delas o PT não
concorda … o governo é sempre disputado entre os aliados e dentro do PT. E
nessa disputa as forças políticas de oposição pesam também. Porque com apoio
da imprensa eles tentam formar a opinião publica, forçando determinadas
definições ou tentando impedir que apliquemos determinadas políticas. Ou
paralisando o Congresso ou criando um clima na sociedade contrario” (sic).
Posto que a eleição de Dilma será um efeito de “arrasto” do fenômeno Lula e
não um endosso da candidata factóide ou do programa do partido ou da facção
do partido que quer “aprofundar as mudanças”, quem poderá vir a se
transformar num obstáculo de monta para que se aproveite essa oportunidade
para impor ao pais o gato pela lebre?
Dirceu responde: a resistência que a imprensa vier a organizar “formando a
opinião publica … criando um clima na sociedade contrario”.
Daí a necessidade de acabar com o “excesso de liberdade” que a imprensa
brasileira tem. E o que mais restou, alem da imprensa, depois que o partido assimilou a
banda podre do Congresso?
Ele acerta de novo: “Os tribunais brasileiros (ao reafirmar o direito
constitucional de liberdade de imprensa e opinião) estão formando
jurisprudência. Se vocês lerem os discursos do Carlos Ayres Britto, (verão)
que aquilo não é voto e sim discurso político … eles estão preparando a
agenda deles para o primeiro ano de governo”. Agenda esta que se contraporia
à do PT de Dirceu para o qual afirmar o que diz a Constituição sobre
liberdade de expressão é “fazer discurso político”. O esboço de Dirceu é, portanto, preciso, alem de sincero e objetivo. O que
resta em pé no país, capaz de fazer frente à blitzkrieg petista em
preparação, é a imprensa e uma parcela do Judiciário, que o partido também
vem cuidando de aparelhar desde o início do governo Lula.Portanto, senhoras e senhores, amarrem tudo no convés porque o mar é grande,
nosso barco é pequeno e a tempestade que vem vindo vai ser brava.
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